O racismo surgiu a partir das relações econômicas de exploração que ocorreram ao longo da história. Durante o processo de expansão do sistema colonial, o europeu estabeleceu um sistema de dominação que visava explorar as riquezas naturais dos territórios colonizados, bem como a força de trabalho dos povos colonizados. Para justificar essa dominação, os europeus criaram uma narrativa que se baseava na superioridade racial e cultural do homem branco.
Essa narrativa do “homem branco civilizado” foi utilizada para justificar a escravidão de milhões de africanos, que foram arrancados de suas casas e forçados a trabalhar nas plantações das Américas e em outras partes do mundo. O sistema escravagista foi uma das formas mais brutais de exploração econômica, que se baseava na ideia de que as pessoas negras eram inferiores e destinadas ao trabalho braçal.
Além disso, essa narrativa da superioridade racial foi utilizada para justificar outras formas de exploração econômica, como a exploração dos recursos naturais e a ocupação de territórios dos povos nativos. Essa ideologia de superioridade branca foi utilizada para legitimar a tomada de terras, a destruição de culturas e a imposição de um modelo de desenvolvimento que privilegiava os interesses dos colonizadores em detrimento das populações locais.
Com o tempo, essa narrativa da superioridade branca foi sendo reproduzida e reforçada por diferentes instituições, como a ciência, a religião e a cultura popular. Essa ideologia se tornou tão arraigada na sociedade que continuou a perpetuar a desigualdade mesmo após o fim da escravidão e da colonização. Até hoje, as relações econômicas de exploração continuam a alimentar o racismo, que se manifesta em diversas esferas da sociedade, como na distribuição desigual de recursos e oportunidades, na discriminação no mercado de trabalho e na falta de representatividade em posições de poder.
É preciso enxergar com clareza o cenário de combate
O racismo é um fenômeno que pode ser compreendido a partir de sua relação histórica de dominação e opressão entre diferentes povos, que se reflete nas estruturas econômicas e de produção. Essa exploração se manifesta em diversos aspectos da sociedade, como na desigualdade na distribuição de recursos e oportunidades, no acesso limitado a educação e saúde de qualidade, na discriminação no mercado de trabalho e na falta de representatividade em posições de poder.
Para combater o racismo de forma efetiva, é necessário reestruturar as bases econômicas que o sustentam. Em um sistema capitalista, é comum que empresas e entes privados busquem maximizar seus lucros, o que muitas vezes é alcançado às custas da exploração de grupos marginalizados. Por isso, é importante que haja políticas públicas que promovam a inclusão social e combatam as desigualdades estruturais.
Além disso, a conscientização sobre a história do racismo e suas implicações na sociedade contemporânea é fundamental para combater preconceitos e estereótipos enraizados, além de promover uma maior empatia e compreensão entre diferentes grupos sociais.
É importante lembrar que a eliminação do racismo não se trata de uma questão moral, sendo esta irrelevante, mas de uma mudança econômica estrutural que envolve a sociedade como um todo, seus meios de produção e os grandes detentores de riqueza, ou seja, da luta contra a pobreza. O combate ao racismo deve ser uma ação coletiva que busca transformar as bases estruturais da sociedade para que a inclusão social e a igualdade de oportunidades sejam uma realidade para todos, sendo imprescindível a conquista da dignidade financeira e capacidade de consumo para a população.